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domingo, fevereiro 19, 2006  


despertador.


levantar-se antes do sol quase sempre quer dizer que é hora de emergir. assim: tornar-se emergência de si, porque o seu amor não tem mais muito tempo, não tem mais as mãos limpas, o olho doce, as roupas leves.

Um gole enorme de ar que sufoca mais do que a falta dele e, enfim, só por isso, perceber: o mundo girou sem precisar de você dentro dele. mas sem fazer alarde, sem mandar beijos no ar, sem discutir as repercussões disso, voltar a si. cumprir promessas, chegar no horário, saber.

saber.
saber.

institucionalizar a própria auto-defesa, os medos infundados (não os são todos?), o sentir-se-ridículo-chorando-antes-de-dormir. parece difícil, requer coragem, dizer o que se sente. que diferença faz? uma luz forte que deixa a visão cheia de falhas, a verdade é isso. e é engordurada, pegajosa. tem cheiro enjoado de festa de criança pequena.

no final, as cordas arrebentam, as molduras racham, as palavras. poxa.
as palavras desaparecem. resta só um latifúndio improdutivo pra cobrir com querosene: assistir tudo queimar. dói um pouco, se for preciso, mas acaba. e depois? tornar-se nômade: abandonar; não é o que se deseja?

amanhã tudo muda, invertem-se funções, desinventam-se escolhas, enfia-se um saco pela cabeça até não haver mais oxigênio pra alimentar o fogo que a gente tem nos olhos, que se espalha pela nuca, que se transfere entre as bocas.
asfixia é hábito, anestesia é vício. e tempo é abelha: pica quando é incomodado.

esperar tanto mas tanto que, de repente,
não ter mais por quê.

estar livre.

ouvir um piano dedilhado. longe, quase nada. seguí-lo.
seguir sempre.
em frente.
   posted by Fernanda at 7:28 PM (imagens)

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