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quarta-feira, julho 06, 2005  


Não tem nem palavra pra


Você falou que namorava o jimmy page há 30 anos atrás e eu, olha só isso, acreditei. Pus uma flor bem amarela atrás da sua orelha, e ela não ficava, se lembra? As coisas evoluíram, passaram a ser menos definitivas. Mas e daí?

Deve ter alguém te falando grosserias durante o dia pra você nem ter querido falar sobre nada no jantar de ontem. Por que é que você nunca me conta essas coisas? As que verdadeiramente te rasgam. Você diz que eu sei como se trata mulher, como se entende mulher. Mas, olha, eu não sei, não. Não entendo essa dor contínua que vocês sentem. E nem essa coisa de que a gente tem que adivinhar tudo. Nada é transcendental como no filme. Mas eu não vou te falar isso; senão, perde. Eu, você, o momento vai embora. Aliás, o nosso passou já. Aposto que você nem sentiu. Onde será que eu vou morrer?

Você sempre tem as histórias mais bonitas. Um dia faço uma exposição com todos os teus sorrisos, a maioria inclassificável. Só que aí eu me lembro, porra!, que você não existe. Que um dia me prometeu que apareceria de vestido verde e salto baixo naquele lugar estranho onde eu gosto de comer cheesecake de vez em quando. Mas até hoje, nada. Eu peço a conta cabisbaixo, vou embora sozinho, me sentindo tão estúpido.

Misturo umas bebidas e uns remédios e escrevo trocando as pernas, ando confundindo os pronomes. Me lembro vagamente de quando tudo era tão óbvio e eu te respirava enquanto você dormia. À minha frente, as coisas agora são duplicadas e dançam. Merda, o quarto começou a rodar e todo mundo sabe o que isso significa.

É provável que eu não esteja lá pra assistir o teu declínio, viu, linda. Mas porque eu não ia deixar você cair. Nunca.

Já quanto a mim.
   posted by Fernanda at 12:33 AM (imagens)

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