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terça-feira, junho 07, 2005  


Pára, que isso é besteira.


: Tá bom, eu páro.
: Prometo, sim.
: Agora? Agora não.
: Hoje também não.
: Quando? Não sei quando. Quando der.
: No dia eu te aviso, não te preocupa.
: Não, assim não dói. Só dói quando eles também dóem.
: Eles, ué. Todo mundo que chega.
: É assim, por exemplo, sabe quando você tem uma febre alta e os nervos sobem até flutuarem sob a pele? Dá vontade de deitar e dormir pra ver se passa...
: Nunca sentiu? Como se os pingos do chuveiro cortassem cada poro; mas você olha e não entende, porque não tem nenhuma ferida aberta, sangue, cicatriz, nada.
: Exatamente: tudo sensível. Parece que qualquer coisa machuca.
: Pois é; é desse jeito que dói: febre com banho. Só que sem febre nem banho. A perna, coberta pela calça jeans, fica atacada por formiga que não pica.
: Não, não pica. Só fica ali mesmo, formigando.
: Acho que não sinto mais nada, não. Só isso. Aliás, sinto mais um negócio por dentro que, quanto mais os outros dóem, mais aperta.
: Onde? É mais na pálpebra, eu acho. Mas no peito também.
: Passa, depois passa.
: Quando eles ficam bons. Ou, pelo menos, quando vão pra longe.
: Não, nunca precisei tomar remédio pra passar.
: É, eu sei, não deve ser nada grave mesmo.
: Tá, vou pensar em outra coisa.
: Vou parar com isso.
: Prometo. Já disse.
   posted by Fernanda at 2:01 PM (imagens)

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