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sexta-feira, junho 17, 2005  


Este texto não existe


Não é que esteja saindo da órbita, deixando pedaços de mim aleatoriamente no único lugar que freqüento, me justificando pra qualquer um por (cretinamente) tudo, precisando desesperadamente daquela capa de aço que não chega. Não é isso, nada disso. É que parece que ninguém mais enxerga além daquilo que a gente antigamente lia nas enciclopédias. Vai lá procurar as coisas que eu vejo. E depois vai ver as coisas que eu sinto. Depois tenta explicar tudo, tudo, tudo. Direitinho, sem gaguejar, sem parar pra tomar um arzinho ou pra tentar segurar a lágrima dentro da garganta. Sem repetir verbetes inócuos como tudo, sem e coisa. Tudo sem coisa. As coisas sem tudo o que a gente sonhou que elas seriam: isso é que é solidão. Depois ter doença que não tem cura, quase todo dia, sempre antes de dormir. (Eu já parei de apagar a luz, de tanto medo.) Ela disse: esse caranguejo regendo o teu ano te esculhambou. Agora paga.

Desviar a atenção da tal da esperança. Senão ela pega e morre. Tem que deixar ali no fundinho mesmo, agonizando, sem saber pra que lado da existência quer ir. Será que alguém sabe, dentro do horror todo? Um dia melhora. (Olha ela querendo ter alta, ir pra casa, brincar com os sobrinhos.) A pior sensação deve ser ficar irresgatável, porque quem tá embaixo cava, quem consegue subir, escala. Mas tem sempre o pessoal do meio, coitados. E, antidepressivos que nada, no final das contas só existem 2 pessoas capazes de salvar alguém. Depois disso, você só vai querer ficar com eles pra sempre, escreve o que eu estou dizendo.

Mas chega a madrugada, de novo. Fica tudo ali, dentro da garganta. O mundo inteiro que só quem é da gente vê. Ela é invisível, a capa de aço. Vai chegar pelo correio.

Porque, acredita, não são nada.
Nada.
Esses dramalhões cotidianos que a gente vive.
   posted by Fernanda at 1:27 AM (imagens)

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