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sexta-feira, novembro 26, 2004  

Negações


Estão me congelando, tenho a impressão. Perguntaram por que é que eu me contesto desse jeito. Não há resposta alguma a altura de meu silêncio altruísta. Me calo pra não gerar culpas insípidas, só por isso. Mas não entendem, não precisam entender. Não se importam mais.

Não durmo há tanto tempo, não tenho mais contado histórias sobre os chorinhos que eu andava ouvindo. Não sei mais que cor vai com que dia, que música vai com que mar. Os pares despareados. Pares que nunca o foram. Será que a gente força todas as coisas belas?

Desaprendi.

Não consigo mais ouvir o que os outros dizem sobre mim. Mesmo que eles gritem o som se tornou tão tóxico que me deixou cambaleante, tudo roda roda roda, não consigo mais me levantar daqui. Chorar e gritar algum nome: pedir ajuda. Pra arrumar essa merda toda. Que ficou desde o momento em que eu fechei os olhos. Até agora.

Não existe: a única coisa que tenho vontade de comer. Do outro lado do mundo, numa daquelas ilhazinhas do pacífico. Onde eu vou estar sempre. Sozinha. Com gente que eu não conheço bem, mas que me faz tão viva. Até hoje, quando tenho a sensação de que tudo não passou de uma invenção, escrevo pra eles. E me lembro como se faz pra não compreender. Por que esperam coisas que ninguém prometeu.

Eles nunca responderam.

Comprei uns envelopes bem bonitos pra transportar a minha vida pra longe. Mas não sei se consigo.
   posted by Fernanda at 6:31 PM (imagens)

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