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segunda-feira, novembro 01, 2004  


Casco

Não serve pra muita coisa. Essa é a verdade. Me disseram que é doído dizer essas coisas assim, sem uma preparação. É que detesto os atenuantes. Me deixam nervosa. Então engulo todas as porcarias do mundo. Só porque fiquei falando sem parar quando os outros queriam dormir. No dia seguinte estavam todos ácidos comigo. Eu nem me lembrava mais por quê.

É. Caminho a passos largos praquela conclusão de que não há mais motivo. Sempre descubro as minhas idéias originais escorridas das bocas dos outros. A minha tridimensionalidade toda liquefeita num beco sujo, no lixo hospitalar. (Se ele não chegar depressa é capaz de eu gritar aqui mesmo.) Vem uma sede imperativa que não passa nunca. Bebi 5 litros de água em um dia. Admitir o fracasso é primeiro passo. Pra quê?

(Será que só a vida dos outros é medíocre?)

Me intoxico de camadas intransponíveis de açúcar espesso. Dentro de mim fica tudo mascavo. Transpiro grão por grão enquanto escuto absurdos por aí. Coisas que eu devia fazer pra me tornar acessível. Pra quem? Mais pra mim do que para qualquer outro ser que eu ame enlouquecidamente. Esfarelar os meus ossos e dentes toda vez que eu ficar nervosa. Dirigir a palavra apenas a quem não me recrimina. Distribuir sorrisos a qualquer um que me olhe nos olhos. Pela coragem, pela audácia. Tenho uma atração magnética por gente ousada. Provavelmente porque também sou a boazinha da história toda. E culpa é um sentimento recorrente. Mas acredito que ainda sirva pra alguma coisa. Certamente não pra virar protagonista de romance, tema de peça, modelo de escultura. Alguma coisa nobre. Sem arte, sem graça. Mas com um propósito, uma consciência de pluma.

Devia anotar mais o que me faz boicotar as próprias dívidas. Esmiuçar as vontades. Uma vontade nunca é só uma vontade. Querer tem sempre várias vertentes. Desdobramentos. A gente é que tem preguiça de encontrar. Às vezes as vontades erradas prevalescem. E sai tudo errado. Mas é assim mesmo, a vida.

Precisa de senha?
Minha força azedou. Vou ter que pôr fora. Amanhã compro mais.
Mas já falo isso há umas três semanas.

Preciso me livrar daquele ambiente onde todo mundo se hipnotiza pelo espelho em frente. Tenho medo de começar a achar normal.
   posted by Fernanda at 12:34 AM (imagens)

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