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segunda-feira, julho 19, 2004  
Vidro oco

Falta pouco. E aí eu vou fugir em você. Juntar todos os nossos cacos vazios e atirá-los em um caldeirão em ebulição. Deixar tudo borbulhando que nem fondue. O que eu não sei se é a melhor opção. Mas certamente é a que me hipnotiza.

Eu não sei mais pra que servem todos esses amigos que eu contabilizo. Se são só os meus que eu quero. Controlo minha saudade deles que nem se controla peso. No cabresto, na ponta do lápis. No canto do olho. Todo cuidado é pouco, senão dispara.
Me pergunto por que é que eu nasci desse jeito: com saudades de tudo.

Na cidade ainda vão descobrir a cura da poluição sonora. Caixas de som gigantescas tocando absolutamente nada, no mais alto volume a que se pode atingir. Ondas de silêncio sensíveis apenas à voz que se deseja escutar. Resistentes a todo o resto. O antibiótico perfeito. Padrão ouro. Expressão que eu sempre achei bonita.

No livro que eu leio o moço ficou cego no volante, enquanto esperava o sinal de trânsito abrir. Quase bati num cruzamento. Agradeci umas quinhentas vezes a alguém que eu não sei mais se existe. Anotei assim: descobrir o que existe e o que não.

Não sei mais aonde posso me perder. Já pensei tanto em ser mais leviana que me esqueci o que significa.

Dia desses errei o caminho de casa. Preferia dizer menos bobagem. Preferia não saber as coisas sobre mim.

Just what you want to be you will be in the end.

Mas não acredito mais nisso.

   posted by Fernanda at 6:30 PM (imagens)

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