Então me espera que eu te levo
As palavras aveludadas que você conhece
Os contornos que você desenha sem papel
Até calores confusos permearem
E me dissolverem de linho a espuma
Lascas finíssimas de nós mesmos
Resolvem faiscar em sintaxes flutuantes
Impregnadas de todas as casualidades
Que nos trouxeram até aqui:
dois anônimos sem segredos
As ações conjugadas convergem, todas juntas,
Pros improvisos vulneráveis uns aos outros
Um tango quase jazz
Isento das críticas e do resto do mundo
Que já nem existe mais
Me espera como os cabelos esperam as pontas
dos dedos que voam sem vento, povoam
Todo um território sem fronteiras
Arrastando pedaços de histórias sutis
Diluídas no tato experiente de quem sempre esteve lá
Não me deixa inventar de querer escrever
Querer qualificar, querer fosforilar
Sobre tudo aquilo que é impublicável.
Sorrisos não-interpretáveis bastam como caracterização
Desses momentos nossos vazados aqui.