Vamos falar de coisas minimalistas.
Ao contrário de muita gente que conheço, eu adoro fazer aniversário. E assumo. Adoro a sensação de ter um dia no calendário que é ilusoriamente só seu. Atender telefone e receber o “feliz aniversário” idêntico de todo mundo, mas singular de cada um. Receber os abraços e os sorrisos por um motivo simples e justo. Sim, justo. O aniversário é o direito declarado e escancarado de ser egocêntrico. E isso se torna uma desculpa pra praticamente tudo que você fizer de errado, porém perfeitamente perdoável, dentro daquele espacinho de 24 horas. Portanto, aproveite.
Tem o “parabéns” embaraçoso e reticente de quem se esqueceu e foi cutucado. Ou de quem nem ao menos sabia. Ou daquele cara que só se lembra uma semana depois. Tem o amigo que falta à comemoração e fica chateado, tem aqueles familiares que te mandam flores e sempre tem alguém que te dá um presente mesmo que você não faça nada. E isso me lembra o “não deu pra comprar presente”, seguido do “que besteira, não precisava”. São todos momentos praticamente padronizados, que se repetem todos os anos, todos os dias. Mas que são adoravelmente ritualísticos.
Sexta-feira eu vou poder escolher o prato no almoço, e eu quero arroz com cenoura, feijão manteiga, bife e batata frita. Porque não há nada melhor que comida de criança. Mesmo que você esteja ficando mais velha. Vou encomendar a Santo Antônio um dia bem ensolarado e que ele me livre dessa gripe terrível. Pra poder comemorar com energias estocadas. Quero uma mesa redonda, onde todo mundo possa se ver e onde eu possa ver todo mundo. Quero todo mundo. Todo o meu mundo de amigos queridos.
Nessa sexta-feira 13 quero meus parabéns.
Abraços a todos.