Meu cabelo anda tão mal das pernas (?!) que o maior passatempo da minha mãe é falar mal dele. Ok, eu posso não estar dando a ele toda a atenção e carinho. Pura ilusão achar que cabelo curto não dá trabalho algum. Mas pelo menos eu tenho noção do ridículo. Nunca pintei de louro-Britney e saí por aí com cinco dedos de raiz escura à mostra. Que nojo. Desculpem-me as falsamente louras, mas se vocês têm tanto tesão assim por serem louras, acho que vocês deveriam retocar a raiz todo santo dia.
Também nunca tive a menor vontade de fazer a famosa chapinha ou o polêmico alisamento japonês. É esquisito, porque o cabelo fica sem caimento. Ele simplemente acaba. Entende? Eu explico. O cabelo de todo mundo vira pra fora ou vira pra dentro nas pontas. Ou então fica retinho mesmo se você tiver cabelo bem liso. Já o cabelo enchapado ou alisado vai ficando fino, fino, fiiiino. E acaba. Estranhíssimo.
Mas todo esse papo fútil é só pra prometer algumas coisas que eu nunca vou fazer comigo mesma. (Nem com o resto do mundo.) O fato é que outro dia almocei sozinha no shopping, aquele lugar infernal onde as pessoas entram e compram, entram e compram. Compulsivamente. Ao menos entrei e comprei dois cds de jazz. Calmamente. Depois dei vazão ao meu lado voyeur (de voyeur, médico e louco todo mundo tem um pouco - não é mais ou menos esse o ditado?) observando as futilidades alheias e me prometendo que nunca farei isso ou aquilo. Mas dessa vez não vou escrever nada, não vou fazer listas. Porque daqui a alguns anos eu posso estar me degladiando contra a minha própria vontade de comer um bombom e chegar alguém e dizer: "ué, mas você não tinha se prometido que nunca seria escrava de dietas?" E, no final das contas, eu mesma (no passado) estarei boicotando minha dieta (no futuro).
Depois, além de ficar achando isso tudo muito complicado, não terei a quem culpar.