terça-feira, janeiro 07, 2003  

Las Hermanas


Quando minha irmã nasceu, fiquei profundamente desiludida, porque minha cabeça de 7 anos achava que eu finalmente ganharia uma companhia pra brincar. Mas ela demorou mais uns 4 anos pra começar a brincar decentemente. E aí não servia mais. Eu já tinha enjoado de bonecas: queria escrever na agenda e fofocar com a minha melhor amiga.

Ontem ela viajou (só nos veremos dia 10 de fevereiro) e acabei descobrindo uma grande vantagem em não ser mais filha única: normalmente recebemos doses equivalentes de encheção-de-saco diária. Porém, quando uma viaja, a outra (coitada) recebe a dose dupla e concentrada.

Sinto falta da minha irmã sempre que assisto a Gilmore Girls sozinha. Porque, quando se trata dos enlatados americanos, tenho 13 anos de idade. Sempre me sinto um tanto quanto retardada, porém feliz, discutindo e argumentando com minha irmã que a Rory deve ficar com o Dean, e não com o Jess. Comentando o quanto Dawson´s Creek é chato, o quanto Friends é eterno, como As If é raro e como Sex and the City é perfeito. Depois digo que não sei como ela consegue ver Malhação, porque os atores são ruins e tudo é sempre a mesma coisa. Se é para ser trash, vamos assistir, seilá, Betty, a Feia; Joana, a Virgem; e aquele programa de fofocas da Redetv.

Mas, com exceção do momento dos seriados, não costumamos trocar demonstrações de afeto com uma freqüência maior que uma vez por semestre. Às vezes isso me deixa triste, mas relacionamento entre irmãos é complicado mesmo e eu procuro confiar no amadurecimento de ambas as duas pra atenuar a diferença de idade, que atualmente se estabelece como um grande empecilho na comunicação.
Afinal eu quero conversar sobre política, meio ambiente, casamento, sexo, carreira e teoria musical. Ela só quer escrever na agenda e fofocar com a melhor amiga. E não a culpo nem um pouco por isso...

   posted by Fernanda at 10:52 AM (imagens)

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