Eu tenho uma capacidade impressionante de gostar de coisas velhas.
Adoro barulho de porta rangendo. Adoro madeira manchada. Adoro móvel patinado, com aquelas lascas de tinta misturadas com madeira. Adoro orquestra, tudo acústico, movido a energia humana. Adoro livro de sebo, com páginas amareladas, desgastadas, empoeiradas. Adoro brechó e aquela cor de roupa guardada, aquele jeito de saia usada, usada, usada até não poder mais. Adoro vinil e aquele barulinho que a agulha da vitrola faz quando a gente põe o disco pra tocar. Adoro GENTE velha. São fofos, com aqueles olhinhos vividos, com todas aquelas histórias estocadas e cabelo branquinho de tanto rir e chorar e viver e morrer.